quarta-feira, 10 de junho de 2009

GARANTIDO







VOCABULÁRIO


Fique por dentro do nosso vocabulário para não passar vergonha

Acauã
Ave de mau agouro

Alvorada Festividade realizada nas ruas de Parintins, de madrugada, anunciando o início de um evento

Aningal
Vegetação típica das várzeas

Apresentador – Comunicador e animador. É o responsável pela apresentação do boi-bumbá na arena. Apresenta as figuras e comanda a coreografia da galera nas arquibancadas

Arraial –
Comércio de comidas típicas e atividades socioculturais. Geralmente é realizado por uma igreja.

Asa Dura – Avião

Banzeiro – Ondas de rio que, dependendo da altura, podem afundar pequenas embarcações

Batucada – Bateria do Garantido

Biribá – Fruta maior que a ata (fruta-do-conde), a cuja família pertence

Bodó – Acari-bodó. Peixe de carne branca. Servido assado ou em caldeirada

Boiúna – Cobra grande

Borduna – Cassetete, tacape

Boto – Há o boto vermelho, conhecido como boto-cor-de-rosa, e o preto mais comum e também conhecido como boto tucuchi

Brincante –
Pessoa que brinca no boi-bumbá

Bumbódromo – Centro Cultural de Parintins. Arena onde ocorrem as apresentações do Boi-Bumbá. Foi inaugurado em 1988m tem capacidade para 35 mil espectadores. Tem formato estilizado de boi, com acessos laterais representando os chifres e a arena e as arquibancadas e corpo do animal.

Capacete – Cocar. Peça importante da fantasia do Tuxaua

Contrário – Designação dada aos torcedores do boi rival

Cunha-Poranga – Moça bonita

Curral – Local onde se realizam os ensaios de cada boi-bumbá. As duas agremiações possuem currais em Parintins e em Manaus

Encarnado – Cor do Garantido (vermelho)

Figura –
Personagem do Festival. Exemplos: Mãe Catirina, Pai Francisco, Dona Aurora

Levantador de Toadas – Cantor oficial de cada boi-bumbám responsável pela apresentação das músicas

Marujada de Guerra – Nome da bateria do Caprichoso

Pajé –
Curandeiro da tribo, conhecedor de todas as magias e ervas e detentor de grandes poderes mágicos

Panavueiro –
Confusão. Festa. Polêmica

Parente – Maneira como os moradores de Parintins costumam chamar um amigo

Pavulagem – Boçalidade. O sujeito que gosta de aparecer

Porta-estandarte – Figura que conduz o estandarte do boi-bumbá e representa a cultura da Ilha Tupinambarana

QG – Quartel-general de cada bumbá, onde se confeccionam as fantasias

Rainha do Folclore – Simboliza as lendas, mitos, crendices, miscigenação e o sincrestimo religioso

Ritual –
Um dos atos mais importantes da apresentação de cada boi-bumbá, geralmente tem seu ápice na chegada do próprio boi ou durante a entrada do Pajé.

Sinhazinha da Fazenda – É a filha do dono da fazenda no “auto do boi”. Apresenta-se ricamente vestida, em estilo de dama antiga. Usa luvas, sombrinha, leque, chapéu e tiara de pedras preciosas. Seu bailado gracioso é um dos momentos mais marcantes da festa parintinense.

Toada – A música do boi-bumbá. Sua melodia e cadência encantam a todos os presentes de maneira envolvente e indescritível

Treme-Terra –
O maior surdo da Batucada ou da Marujada

Tripa – Homem responsável pela evolução do boi; ele brinca, literalmente embaixo do boi

Tuxaua –
Cacique, chefe indígena

Xeque-xeque – Instrumento de percussão do boi-bumbá espécie de chocalho

EXEMPLOS DO NOSSO VOCABULÁRIO


Recebi este e-mail de uma amiga. Não sei quem o escreveu, mas compartilho com todos vocês. Por aqui, você poderá ter mais algumas palavrinhas que só são pronunciadas no Amazonas

Coisas de Amazonense !!!

Primeiramente, você tem que treinar falar com as pessoas pegando nelas. No braço, no ombro, no cotovelo. Mas tem de pegar. A linguagem corporal é tão importante para o amazonense, quanto o descanso o é para o baiano e a desconfiança para o mineiro.

Beijinhos de cumprimento são sempre dois. Os paulistas têm de aumentar um e os gaúchos têm de reduzir um. Isso pode causar uma série de beijos órfãos no ar para aqueles que estão em fase de adaptação. O pegar e o beijinho do amazonense não devem ser entendidos, grosso modo, como invasivos, mas como parte mesmo de sua enunciação, parte do sentido do dizer.

Outra coisa: amazonense aponta com a boca. Pergunte a um amazonense onde está algo e ele, muito provavelmente, em vez de levantar a mão e apontar,fará um biquinho em direção à coisa procurada. Aliás, um biquinho não, um beicinho.

Amazonense é solidário. Muito... Pergunte e ele responderá. Peça e ele lhe ajudará. Dê trela e ele grudará.
O amazonense é muito caloroso. Não só pelo calor que faz em Manaus, mas porque facilmente puxa papo e se integra a um grupo. Basta uma possibilidade de entrada na conversa e..zapt! Estamos dentro, na maior intimidade. Isso pode causar certo choque para as pessoas do sul e sudeste, mais reservadas no assunto amizade. É mais difícil 'aprochegar-se' em São Paulo do que em Manaus, definitivamente. Mas há doces exceções.

Fora essas questões de relacionamento, há a questão da língua mesmo. Algumas palavras e expressões que realmente levam algum tempinho para que sejam dominadas e internalizadas.
Seguem abaixo algumas palavras e expressões típicas com suas explicações e comentários.

ÉGUA - Égua pode ser usado em várias situações: Alguém faz algo que você não entendeu: "égua..." Uma situação estapafúrdia? "Éééguaa, maninho..."

QUE SÓ - Locução adverbial de intensidade, similar a "pra caramba". "Hoje está quente que só". "Ela é lesa que só". "A sala estava lotada que só".

LESO (A), LESEIRA - Um leso é alguém que sofre de leseira. Leseira é um abestalhamento momentâneo que acomete o leso. Se a leseira for uma característica contínua, dizemos que o leso sofre de leseira baré. Segundo cientistas da Universidade de Kuala Lumpur, a leseira baré ocorre entre os amazonenses devido ao sol quente na moleira, que frita o cérebro e queima alguns neurônios. Temos ainda as expressões derivadas: "Deixa de ser leso!" e "Pára de leseira!". Mas como tudo tem seus dois lados, dizem que o sol também causa nos amazonenses algo chamado "tesão de mormaço". (Auto-explicativo).

AGORINHA - Diferentemente do uso no sudeste, agorinha quer dizer 'há alguns segundos', Referindo-se ao passado e não ao futuro. "Ela estava aqui agorinha, mas sumiu".

OLHA JÁ! - Expressão de indignação correspondente a 'Mas que abuso!'. E aí, gata, me dá um beijo? "Mas, olha já esse aí...Te manca!"

MANO(A) - Tratamento carinhoso entre conhecidos ou não. Muito usado para fazer perguntas e pedidos: "Mana, faz um favor pra mim". "E aí, tudo bem, mano?'

MANINHO(A) - Tratamento não carinhoso usado por pessoas que já estão estressadas "Maninho, tu não tem o que fazer não?"

TÉLÉSÉ - é a mesma coisa que "tu é leso é?"

PITIÚ - Cheiro. Geralmente associado a peixe. "Tá sentindo um pitiú danado aqui?"

BORIMBORA - Vamos embora. "A gente não tem mais nada a fazer aqui. Borimbora!"

COM BORRA (E TUDO) - Com tudo. Expressão de alopro. "Ela estava aprendendo a dirigir. Foi entrar na garagem e pisou no acelerador ao invés de pisar no freio. Aí entrou com borra e tudo na Garagem, arrebentando o carro todo.

MAS QUANDO? - Quer dizer que nunca, nem pensar. "Ele disse pra eu ir lá na casa dele.. Mas quando."

MACETA - Grande, imenso, de proporções anormais. "Eu disse que ia lá brigar com ele e quando eu olhei o cara era maaaaaaaaaaceta. Saí fora..."

QUERIDA - Cuidado! Esse é um falso cognato. O uso da palavra "querida" aqui em Manaus denota um certo sarcasmo ou uma certa ironia. "Escuta aqui, minha querida. Eu sou a mulher dele, entendeu?" "Você não está entendendo, querido? (Significa você é um burro!)

"CARAPANÃ - Pernilongo. Só que mais chato e mais chupador. Termo indígena para 'lança voadora', segundo a lenda urbana.

MAIS VOU MERMO - Indica uma afirmativa veemente. Vamos à Ponta Negra no domingo? Resposta: Mais vou mermo. Ainda pode ser usada uma variação: MAIS QUERO MERMO: "Tá afim de um sorvete de creme de cupuaçu?" - Resposta: Mais quero mermo". (Obs.: Uma verdadeira Manauara nunca rejeita um sorvete de cupuaçu ou tapioca)

NEM COM NOJO - Indica uma negativa veemente. "Não empresto dinheiro para ele nem com nojo", "Vai ter que comer este peixe hoje, sem farinha amarela e sem pimenta. Reposta: Nem com nojo."

MÁ RAPÁZ - O mesmo que 'Olha já!'. "Me empresta teu carro?" Reposta: "Má rapáz! Claro que não!'